7.3.05

Picuinhices dissidentes

  1. Se os humanos praticam o suicídio há milénios, dificilmente se pode considerá-lo não-natural.
  2. Mesmo que fosse não-natural, daí não decorria nada do ponto de vista moral. A agressão é natural, e em geral moralmente errada.
  3. A posse de si mesmo, liberal, encontra aqui um limite, para os que acreditam em Deus. Locke, por exemplo, argumenta que pertencemos a Deus, em última instância. Não somos donos de nós próprios, mas sim fieis depositários de nós próprios perante Deus. Por outro lado, ninguém tem o poder de proteger agir em nome de Deus, senão o próprio na defesa de si mesmo.
  4. Para quem não acredita, esta questão não se põe. A posse de si mesmo é absoluta, para vida ou para a morte. Esta é a minha posição. Temos o direito ao suicídio. (Temos também a obrigação moral de o tentar impedir sem usar a coerção.)
  5. O argumento de que o suicida não é realmente livre é muito perigoso. Aplicado ao homicida, desculpa-o do acto. Nega o livre-arbítrio.
  6. Também para mim a eutanásia, por vontade do que será morto, é legítima.
  7. Ou seja, concordo com o Daniel.