5.3.05

Sugestão de leitura

É necessário começar por observar que não é adequado nem tem lógica proceder à eleição do PR por sufrágio universal e directo de todos os cidadãos eleitores para, depois, remeter o eleito para um papel predominantemente cerimonial, e para o exercício de competências estritamente vinculadas. (...)

Mas, mesmo que se revisse o sistema de voto e se adoptasse um sufrágio maioritário, seria imprudente confiar excessivamente nos partidos e perder a válvula de segurança que representa um Chefe de Estado autónomo, deles completamente independente.

Menos aconselhável será ainda restringir os poderes do Presidente da República, quando os partidos políticos carecem de reformas profundas e os seus militantes devem elevar os níveis de exigência moral e profissional a serem satisfeitos pelos titulares dos mais altos cargos político-partidários. Neste domínio, só a elevação da cultura cívica possibilitará as mudanças necessárias e urgentes, e estamos ainda longe de o conseguir.

Por tudo isto, também, a escolha do próximo Presidente da República assume, no presente contexto nacional, uma importância decisiva.