20.4.05

Porca miséria

Acender a luz em casa é um acto tão banal nos Açores com em qualquer outra parte do país. Mas a origem da energia que chega a alguns lares do arquipélago é original, pelo menos para Portugal, pois é o resultado de biogás através do tratamento de resíduos, a maioria dos quais provenientes da maior suinicultura portuguesa [Agraçor - 18 mil porcos], localizada na ilha de S. Miguel.
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A suinicultura já é auto-suficiente em termos energéticos, absorvendo dois terços da energia produzida. O resto é injectado na rede eléctrica e comercializado pela Electricidade dos Açores (EDA), representando a energia consumida por entre 120 a 140 lares da região autónoma.
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A parte sólida dos resíduos é transformada em fertilizante, que depois é posto à venda.
A Agraçor, que já investiu mais de 3 milhões de euros - dos quais 640 mil euros de fundos comunitários - (...) pretende mais incentivos a estes sistemas de tratamento, ou através do aumento da percentagem de financiamento ou por via de um prémio de cumprimento de objectivos superior ao actual.
A Agraçor já tem uma grande vantagem competitiva em relação à concorrência: reduziu os custos operacionais correspondentes ao consumo de energia eléctrica e tratamento de resíduos. Talvez seja essa uma das razões porque tem a maior suinicultura portuguesa. Para competir com a empresa açoreana, outros terão de adoptar processos semelhantes. Uma solução ecológica, nascida no mercado.

Mas, apesar disso, querem que o Estado dê mais incentivos. Os lucros crescerão, à conta da $&%§@ dos porcos e... dinheiro dos contribuintes!