19.4.05

A UE e a ONU

(...) a participação da própria União Europeia como membro permanente do Conselho de Segurança poderá ser equacionada. Tudo indica que a França e a Grã-Bretanha não aceitarão abdicar dos seus privilégios que derivam do estatuto de membro permanente, e deverão assim rejeitar a participação europeia. Vale a pena, no entanto, lembrar dois dos argumentos mais frequentemente levantados na Europa nos últimos anos. Por um lado, muitos defenderam o reforço da capacidade diplomática e estratégica da União Europeia. Por outro lado, muitos referiram o papel legitimador do Conselho de Segurança na ordem internacional, principalmente em relação ao uso da força militar e às operações de reconstrução de Estados. Ora, se as potências europeias recusarem a hipótese da União como membro permanente do Conselho estarão a ferir de um modo grave a credibilidade de um dos dois argumentos. Ou a PESC não é afinal de contas uma prioridade, ou o Conselho de Segurança não é apesar de tudo relevante.