8.5.05

De parasita a ser humano

Parasita: organismo que vive à custa de outro (o hospedeiro)

Humano: o género humano
Do debate político sobre o descriminalização da prática de Aborto (ou o eufemismo Interrupção Voluntária da Gravidez) a única coisa que ouço dos seus defensores - principalmente de bloquistas e comunistas - é que se trata da mulher ter direito ao seu próprio corpo. Do outro lado, mencionam apenas que é necessário proteger a vida humana. Muita retórica. Pouca informação.

10 semanas, 12, 16. Chutam números esperando que, a todo o momento, alguém grite "Bingo". Discutem semanas sem, no entanto, tocar na questão essencial: quando é que um feto no útero da mulher passa do estatuto de "parasita" a "ser humano"? É este horizonte temporal que, uma vez ultrapassado, concede ao feto o direito à vida.

No campo pró-vida diz-se que a vida humana deve ser protegida desde o momento da concepção. O Estado, ao autorizar a venda da pílula do dia seguinte, discorda. Logo, presentemente, a lei portuguesa define que o feto humano deixa de ser um parasita no corpo da mulher a partir do segundo dia de gestação.

Parte da população (vamos esperar pelo referendo para quantificar) defende que 1 dia é pouco. Querem que o Estado alargue o prazo para 3 a 4 meses. Porque não 7 ou 8 meses? Não sei. E, a julgar pela estratégia de comunicação dos políticos pró-aborto, nunca saberei.

Assim, quando tiver de votar em referendo sobre a questão, terei de escolher o lado dos que não têm voz para se defenderem: o meu voto é NÃO à descriminalização da prática do Aborto. Porém, um cidadão informado decide (e vota) melhor. Espero que a blogosfera pró-aborto possa disponibilizar os factos que me façam mudar esta intenção de voto.