16.6.05

Os genéricos

A maioria dos médicos e dos farmacêuticos viola a lei dos genéricos, ao
receitarem e fornecerem ilegalmente medicamentos por marca comercial...,

E esta pérola:

Médicos e farmacêuticos travam a banalização dos genéricos



Disclaimer: não sou medico nem farmacêutico e não percebo nada de medicamentos. Tenho enxaquecas e insonias de vez em quando. Se algum médico passar por aqui agradeço esclarecimentos.

Não paro de me surpreender (ou nem tanto) com a irresponsabilidade dos meios de comunicação. Descobriram que, de acordo com um estudo do Infarmed, so 3% dos médicos receitam medicamentos genéricos ou pelo “principio activo”. Assim, foram ouvir o que têm a dizer o bastonario da OM e o Coronel Aranda da Silva. Não pararam sequer para pensar: “Porque razão 97% dos médicos receitam marcas?”
Os médicos que conheço ou de quem sou amigo têm uma razão simples que não ocorreu aos brilhantes jornalistas: não acreditam nos genéricos! E porquê? Porque sabem que quando receitam a uma criança Paracetamol 500mg, arriscam-se a que o miudo tome Paracetamol 50mg. O que no caso deste medicamento até pode não ser grave (não sei), mas imaginem o que pode acontecer com antibioticos, com um anestésico (?) ou outro medicamento mais critico.
Claro que, quando um médico perder um doente, porque ao receitar um genérico e a dose do principio activo não for a indicada, sera o mesmo médico crucificado e acusado de negligência. Se se vier a descobrir que o problema esta no medicamento (o que ja aconteceu e não sei porque é que estes assuntos são silenciados) a comunicação social pode sempre dizer: “Não temos responsabilidade nenhuma! Ouvimos todas as partes! Ninguém falou em fraude, erro, negligência, etc nos genéricos! Nos so informamos!” Claro que so informam. O que convém.
Mas sera que passa pela cabeça de alguém que 97% dos médicos não pensam nos doentes, que são vendidos à industria e sei la que monstruosidades mais? Um bocadinho, so um bocadinho de bom-senso e curiosidade não fica mal a ninguém.

P.S. Não foi so o Publico, é unânime em todos os meios de comunicação.