2.7.05

Socialismo encapotado

Chegou a hora de Portugal entender o léxico liberal. Não estou seguro de que todo o Governo de José Sócrates o entenda e aceite. Manuel Pinho parece entender e aceitar que Portugal precisa de um Estado mais liberal – um Estado que lance planos onde, como neste caso, mais não faz do que apontar os caminhos (de forma bem visível) e garantir que os mantém abertos durante um bom período de tempo.

(Martim Avillez Figueiredo no Diário Económico, via Blasfémias)

Ora, um Estado que tenta definir o caminho que a economia deve tomar não é, de forma alguma, parte do "léxico liberal". Aliás, este plano do ministro Pinho não é uma solução inovadora. Salazar já o tinha feito com o seu Condicionamento Industrial. Talvez seja esse o erro do jornalista: provavelmente julga que o Estado Novo foi um "Estado mais liberal".

E, no entanto, o conceito de liberalismo é muito fácil de compreender. Baseia-se, afinal, numa característica essencial: a liberdade de escolha de todos os indivíduos. Logo, para "Portugal entender o léxico liberal", basta cada português fazer a seguinte pergunta: somos livres?

Caro Martim Avillez Figueiredo, considerando o conteúdo do seu editorial, somos livres de investir no sector de actividade que julgamos ser o mais rentável?