5.9.05

Bases para a confiança

O Prof. Luís Cabral aponta a falta de algumas "condições básicas" para o funcionamento da economia portuguesa: o excessivo peso do Estado na economia, a legislação laboral, distorções na fiscalidade, a burocracia na criação e extinção de empresas (qual delas a mais díficil).

Os problemas estão identificados há muito. Os caminhos a seguir para os solucionar nem teriam de passar pela invenção da roda, mas nada acontecerá enquanto continuarmos com o "discurso da confiança", semelhante ao do Sr. Ministro das Finanças que a semana passada desafiou os privados a reagirem e a assumirem a responsabilidade de fazer crescer a economia.
Apesar de o Sr. Ministro se lembrar do papel que o Estado tem em criar o ambiente que ajude os privados, não estou certo que isso signifique acções concretas. O caminho passa por devolver aos privados (empresas e trabalhadores) a liberdade de escolha e negociação, a retoma dos seus rendimentos consumidos pelo estado providência, o aumento da responsabilização pelas suas escolhas e acções. No fundo, afastar a intromissão da burocracia estatal do caminho dos cidadãos, diminuindo o consumo de recursos que a sustenta.

Apenas posso desejar ao Sr. Ministro que mantenha a confiança no desbravar desse caminho, ao enfrentar os interesses que vivem da manutenção do status quo. E que mantenha a confiança do P.M. enquanto avança.