Um CDS mais liberal?

Já não existe CDS no mapa autárquico e a nível nacional ele tende a desaparecer lentamente. Até o ‘fulgor’ que este partido pareceu ostentar no início da década de 90 se extinguiu e, em todas as eleições, o CDS perde votos, mandatos e influência.

Isto sucede porque o CDS voltou a ser muito idêntico ao PSD. Naturalmente não concordo com a linha provinciana que Manuel Monteiro deu ao aquele partido, mas foi a diferença que apresentava em relação aos sociais-democratas que lhe permitiu atingir bons resultados.

O CDS podia ter um discurso diferente. Apresentar a defesa de políticas mais liberais. Pouco tem a perder. Se o fizer, de uma forma sensata e não radical, aberta a acordos futuros, tudo tem a ganhar. Dificilmente o PSD conseguirá obter sozinho uma maioria absoluta e as possibilidades do CDS chegar ao governo são grandes. Aí, ao invés de lutar por lugares, deveria também defender o seu programa. É que quando se fazem coligações para a formação de governos, o maior partido não cede apenas nas pastas ministeriais. Também se vê forçado a condescender em certas linhas programáticas.

Assim, pensando a longo prazo, o CDS podia começar a fazer a diferença. Defendendo hoje políticas que de futuro muitos serão forçados a seguir.