16.11.05

Pela descontinuidade política

Estes 7,7 por cento têm um significado ainda mais grave, na medida em que o sector produtivo é o mais afectado. É a demonstração das consequências desastrosas da política seguida.
O dirigente da CGTP tem toda a razão.
As políticas seguidas devem ser claramente responsabilizadas pelo estado actual do país. São responsáveis pelo sentimento de irresponsabilidade individual e pelo conformismo apoiado pelo estado social. São responsáveis pelo estado deter uma imensa cadeia de centros de emprego não funcionais. São responsáveis pelas limitações que as empresas têm ao seu crescimento e pelo sentimento de repulsa pelo lucro resultante da visão socialista de quem legisla. São responsáveis pelo fortalecimento de clientelismos e favorecimentos corporativos, consubstanciados em barreiras admnistrativas à entrada no mercado de trabalho e ao livre estabelecimento empresarial. São responsáveis pelo favorecimento do proteccionismo patrioteiro, prejudicando principalmente os que têm maiores restrições orçamentais. São responsáveis por terem tornado o aparelho estatal num colosso sobredimensionado, que tudo regulamenta. São responsáveis pelo nível de impostos necessários a suprir as necessidades do colosso e das suas políticas sociais.
A consequência a tirar é que as políticas seguidas devem ser descontinuadas, abandonadas. Haja coragem e visão para reconhecer que são necessárias propostas novas, sem raízes na continuidade, para mudar de rumo.