22.12.05

"Em defesa da pureza do vinho" ou "Mais uma história sobre proteccionismo" - II

Os ministros da Agricultura da UE aprovaram um acordo sobre o comércio de vinho com os EUA. Portugal votou contra.
Em causa está a utilização das expressões tradicionais associadas as denominações de origem do vinho do Porto - "tawny", "ruby" e "vintage" - que os EUA podem utilizar, o que pode confundir os consumidores e prejudicar as exportações do vinho por Portugal.
O ministro da Agricultura e Pescas, Jaime Silva, justificou o veto numa declaração escrita, considerando "inadmissível" que Bruxelas tenha mudado de estratégia relativamente aos EUA ao permitir que continuem a usar aquelas designações, contrariamente ao que aconteceu nas negociações com a África do Sul em 1999.

É uma chatice, isto de deixar os consumidores decidir. Até se pode dar o caso de eles não agirem como os reguladores querem. Mesmo quando tanto se esforçam para lhes indicarem o bom caminho: têxteis portugueses, vinho nacional. Até se pode dar o caso, inusitado certamente, de os consumidores mudarem subitamente de preferências e fugirem ao previsto nos acordos que restrigem o comércio internacional. Não pode ser. Há que protegê-los deles mesmos. É uma chatice.