18.5.06

A caminho do fim da propriedade - III

Se os proprietários tiverem de denunciar os contratos para fazerem as obras que lhes permitem manter o que já é seu, vamos assistir a muitas transmissões em directo do despejo de famílias inteiras da sua residência ancestral (arrendada há 3 gerações pelo menos e com rendas também ancestrais).
No telejornal, enquanto janta, o país poderá chorar pela injustiça que é ver tantos idosos e crianças, tantos pais de família a lamentarem-se dos seus baixos rendimentos que não lhes permitem assegurar um sítio onde passar a noite.
Mas não temeis: os mesmos justiceiros sociais que contribuiram para se chegar a este ponto, têm a solução. Recorrendo mais uma vez ao dinheiro dos contribuintes, logo tratarão de encontrar "habitação social" em "bairros sociais". Em alternativa, poderão ter de ser os proprietários a suportar esses custos - mais uma imposição para manterem a sua propriedade.
Nessa noite todos dormiremos com a consciência tranquila por mais uma vez o estado providência ter demonstrado a necessidade de continuarmos a pagar impostos para subvencionar a solidariedade forçada e a fúria legislativa de quem tem abomina a liberdade nas relações contractuais e o pleno usufruto do direito de propriedade.