18.5.06

Limites do petróleo

Ficou famoso em 1973 o relatório Limites do Crescimento, do Clube de Roma, que inaugurou a era dos grandes pânicos ambientais. Quando hoje se repetem cenários catastrofistas a propósito do aquecimento global e outras calamidades, a inspiração vem, consciente ou inconscientemente, daquela peça originária. A confiança que se pode ter nos catastrofismos actuais é a mesma que se deveria ter tido no Clube de Roma em 1973, cujas previsões se revelaram todas erradas. Entre muitas, ficou célebre a de que o petróleo iria acabar antes de 1992. Aqui estamos em 2006, o petróleo não acabou e as suas reservas conhecidas quase triplicaram desde então. A ideia do Clube de Roma, como a ideia dos catastrofistas de hoje, na verdade não é ambiental, mas política. No fundo, ambas pretendem dizer-nos que a criação de prosperidade não pode continuar indefinidamente, e que temos de parar para não "destruirmos o planeta", o que só pode ser feito através de uma mudança "civilizacional". Do que efectivamente se trata é da enésima encarnação do "anticapitalismo", essa repugnante civilização "sem alma".