22.5.06

Sobre o fracasso económico do nacional-socialismo

Veiga Simões demonstra que, para lá da propaganda de um regime inflamado pela retórica, havia milhões de desempregados encapotados, persistia a penúria alimentar, o racionamento e o desespero - tidos por extintos no imaginário dos seguidores do nazismo - mas, sobretudo, uma imensa indiferença cívica escondinda pelo efeito das grandes massas arregimentadas para comícios, paradas e recepções. A autarcia económica estava a matar a economia do Reich, a destruir o Marco e a esvaziar o ouro do Reichsbank. Ao povo alemão, tributado a níveis hoje considerados absurdos, a braços com uma carestia de preços que orçava 40%/ano, restava o divertimento artificial proporcionado pelos acampamentos, pela Kraft Durch Freude e pela rádio. Paralelamente, um medo insidioso - medo das denúncias, das prisões arbitrárias, medo dos campos de internamento - caminhava a par de uma campanha pouco mais que grosseira contra a cultura ( as universidades do Reich viram cair em seis anos o número de alunos para 25% do contingente de 1932 ! ), contra a religião e contra as mais elementares liberdades individuais.