12.6.06

Devemos perdoar as dívidas?

"Atualmente, por todo o mundo, o clamor para um amplo perdão das dívidas de algumas das nações mais subdesenvolvidas do mundo continua a ecoar. Cada político ocidental, de presidentes a primeiros-ministros, várias vezes são advertidos por líderes religiosos, atores e estrelas de rock que um grande perdão de dívidas para algumas das nações mais pobres do mundo é uma obrigação moral. Deixar de abraçar essa causa, às vezes ouvimos, é como condenar milhões a morte.
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Mais provavelmente, o resultado de um vasto perdão de dívidas é destruir ainda mais a reputação de muitos países em desenvolvimento de cumprir com suas obrigações contratuais. Isso, por sua vez, limita o acesso futuro ao capital estrangeiro de que precisam para o crescimento econômico.
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Os países em desenvolvimento precisam criar uma reputação de tomadores de empréstimo responsáveis, que não somente dispõem dos montantes emprestados de modo produtivo, como também pagam seus débitos conforme o contratado.
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Além disso, será que alguém realmente pensa que o perdão das dívidas, que falham em dar conta daquelas elites do mundo subdesenvolvido que corruptamente desviam os bilhões emprestados aos seus países, é capaz de desencorajar os futuros líderes das nações de trilhar caminhos semelhantes?"

Samuel Gregg, "As dívidas, a morte e o ditador"

(via CIEEP)