27.7.06

Israel e a paz

Importa saber o que representa politicamente o imediato regresso da paz ao Líbano. Como é evidente, a paz não resolveria o problema que está na origem desta e de todas as guerras que precederam esta na região. Israel não respondeu militarmente da forma que fez por uma espécie de belicismo gratuito. Fê-lo porque desde 1993 adoptou uma postura de sistemática sinalização, ao mundo árabe e islâmico e ao mundo em geral, de que estava pronto a encontrar uma solução duradoura para a região, tendo a resposta contrária sido sempre um aumento da violência. Depois da assinatura dos acordos de Oslo em 1993 e da criação da Autoridade Palestiniana, seguiram-se alguns dos piores anos de violência entre israelitas e árabes. Depois da cimeira de Camp David, em 2000, em que Ehud Barak só não concedeu a Arafat o que não podia, e depois da retirada das tropas israelitas do Sul do Líbano, seguiu-se a chamada Segunda Intifada e a ocupação do Sul do Líbano pelo Hezbollah. Depois da retirada da faixa de Gaza, em 2005, e das promessas de retirada unilateral dos territórios ocupados, seguiu-se a vitória eleitoral do Hamas na Autoridade Palestiniana e o aumento dos ataques contra Israel. Foi agora, mas podia ter sido o ano passado ou poderia ser para o ano ou daqui a dois, mas Israel terá compreendido a futilidade destes esforços.