13.9.06

O 11 de Setembro e os heróis de Nova Iorque

Passados alguns anos, compreendo que NY honre os seus heróis. Muitos morreram sem escolha. Mas tantos foram salvos por cidadãos anónimos que, interrompendo a fuga, paravam, regressavam, para ajudar o próximo. Histórias de homens e mulheres comuns. Cidadãos anónimos, mas com nome. Alguns deles, perderam a vida. Os ataques às Torres Gémeas fizeram as suas vítimas. Mas a América descobriu os seus heróis. Meros cidadãos, com sentido de entreajuda. Uma sociedade com uma forte coesão comunitária. Com alma própria. Com amor à bandeira. Que não se rendeu ao medo. Nem aceita alterar o seu modo de vida, que assenta, como em nenhuma parte do planeta, na liberdade, no mérito, na iniciativa, na confiança, na verdade. No optimismo e na luta contra a adversidade.

Muito se tem escrito, falado, projectado, sobre o 11 de Setembro. Milhares de "factos" inundam os nossos ouvidos e ofuscam os nossos olhos. A democracia perverteu-se, ao ponto de tantos conseguirem simplificar e terem ideias lineares, sólidas, sobre assuntos tão complexos. A globalização da informação trouxe destas coisas: os "factos" são prêt a porter, à medida da nossa "consciência" ideológica. Petróleo. Iraque. Conspiração sionista. Guerra de Civilizações. Incursões diplomáticas do Vaticano a Bagdad e à Casa Branca. Supostos movimentos financeiros na iminência dos ataques. Ligações à família de Laden. Dan Brown fez escola: muitos falam, poucos ouvem, e ainda menos pensam. Parte do Ocidente é uma enorme Torre de Babel, onde os governantes estão manietados, fogem das ideias próprias, antes procurando agir de acordo com um incidioso e mutável politicamente correcto, que se descobre na interpretação do ruído.

Eu, por mim, apenas observo. E peço a Deus que não se esqueça deste pequeno espaço perdido na imensidão do Universo. Onde tantos o invocam. Mas cada vez menos o ouvem e respeitam.