13.10.06

Ainda o medo de Salazar (2)

America e a Grã Bretanha, pelo desconsolo dos oposicionistas portugueses, apoiaram Salazar, entendendo perfeitamente o perigo da URSS, através dos seus agentes locais, estender as suas garras até o Atlântico. O mundo livre pagou um preço, na área da credibilidade democrática, por este apoio aos regimes ibéricos.

Todos conhecem o desfecho. A URSS desmoronou-se. Para quem tem olhos de ver tanto o socialismo como o marxismo sofreram estrondoso descrédito. Todavia, o comunismo não morreu. Em toda a parte sobrevive como uma miasma venenosa. Hoje, em nome da democracia (que eles nem sabem o que é) os “idiotas úteis” querem eliminar Salazar da história de Portugal enquanto enaltecem Fidel Castro e outros sanguinários ditadores. A História não lhes ensinou nada nem eles querem aprender.

Quanto à política colonial de Salazar esta é sem dúvida criticável. Tal como a dos britânicos na India, na Malásia, no Chipre, no Kenya, na Irlanda. Ou dos holandeses na Indonésia. Ou dos franceses na Indochina e na Argélia. Mas aqui também na questão colonial, nunca podemos esquecer o factor soviético e a guerra fria. No que diz respeito às colónias portuguesas o que é certo, depois de tanto sangue derramado, é que não fica nada bem aos luminários da esquerda criticar Salazar. Não foi ele o responsável pela descolonização histérica e desastrosa que levou às guerras civis de Angola, Moçambique e Timor, onde morreram muitíssimo mais homens, mulheres e crianças do que alguma vez no tempo de Salazar.